O Hemosc de Jaraguá do Sul está precisando de novas doações de sangue. Pesquisas apontam que a escassez de sangue se acentua em épocas de inverno. Quem não conhece uma história envolvendo alguém que tenha se beneficiado desse ato solidário que, em essência, nos faz humanos? Faz-se oportuno salientar que a doação de sangue em nosso país é 100% voluntária e, segundo estatísticas oficiais, é praticada por 1,8% a 2,0% da população.

Índice tímido se considerarmos que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que, pelo menos, 5% dos habitantes de um país doe sangue. Como forma de expandir esse índice, em 2013 o nosso Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18 para 16 anos e a máxima de 60 para 69 anos desde que a primeira doação tenha sido antes dos 60 anos. Ou seja, expandiu-se “quantitativamente” a base amostral de doadores dentro do potencial universo populacional brasileiro.

Importante considerar, no entanto, que na dimensão “qualitativa” não se verificará expansão na mesma proporção. E as razões, a meu ver, estão relacionadas a dois determinantes fatores limitadores do processo de doação, quais sejam: a falta de informação associada à falta de conscientização da população.
Lamentavelmente, a falta de informação alimenta crenças totalmente infundadas, quando não patéticas. Alguns exemplos: ‘não doo sangue porque correrei risco de contaminação’; ‘se eu doar, terei que doar sempre’; ‘meu organismo não recuperará a quantidade doada’; ‘se eu doar, meu sangue poderá afinar ou engrossar’; ‘a doação fará com que eu emagreça ou engorde’.

Já, a falta de conscientização, por sua vez, está intimamente relacionada à atitude, refletindo-se em posturas e iniciativas imorais, como exemplos citados a seguir: ‘vou doar para me certificar se não contraí alguma doença’; ‘vou doar para obter um dia de licença remunerada em meu trabalho’; ‘vou doar como opção de horas complementares do meu currículo escolar’; e, talvez a mais irônica, ‘não vou doar porque dói, tenho medo’.

Há que se extirpar essas pseudo crendices e atitudes levianas por parte dos que seriam potenciais doadores, e evidenciar que doar sangue é doar vida. ‘É para quem tem sangue nas veias’. Especialistas estimam que cada doador pode salvar até quatro vidas. Nessa perspectiva, o ato para ser legítimo, deverá estar imbuído de caráter altruísta, voluntário, solidário e cívico. Em essência, são esses os vitais elementos que deverão compor o sangue de um doador. E em sua consciência, a convicção plena de que “quem salva uma vida, salva o mundo inteiro” (Talmud).

Rita Grubba

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